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O que Fazer se Você Compartilhou Seus Documentos com Golpistas Digitais?

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Índice

O perigo oculto além do golpe financeiro

Quando pensamos em golpes digitais, a perda de dinheiro costuma ser a primeira preocupação. No entanto, existe uma consequência ainda mais perigosa e duradoura: o uso indevido de dados pessoais e documentos enviados aos golpistas.

RG, CPF, comprovantes de residência e selfies segurando documentos são verdadeiros “passaportes” para que criminosos cometam fraudes em seu nome — desde abertura de contas bancárias até empréstimos fraudulentos e envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro.

Se você compartilhou qualquer dado sensível em um contexto suspeito, este conteúdo é para você.

Por que os golpistas pedem seus documentos?

A prática é sofisticada. Os golpistas criam ambientes falsamente profissionais, simulando plataformas de investimento, corretoras ou empresas financeiras. E para “liberar saques” ou “validar o cadastro”, solicitam:

  • Foto do RG ou CNH;

  • Número do CPF e comprovante de endereço;

  • Selfie segurando o documento, em padrão semelhante ao exigido por bancos e fintechs reais.

Trata-se de uma fachada de segurança, que induz a vítima ao erro e legitima o golpe.

Quais os riscos reais? Mais do que você imagina.

1. Abertura de contas bancárias falsas

Golpistas usam seus documentos para criar contas digitais em bancos, fintechs ou corretoras. Essas contas podem ser usadas para:

  • Receber valores de outras vítimas;

  • Fazer triangulação financeira para ocultar rastros.

2. Solicitação de empréstimos e crédito em seu nome

Com o CPF e os documentos, é possível simular renda e pedir crédito, especialmente em plataformas que fazem análise automatizada.

3. Lavagem de dinheiro e envolvimento em fraudes maiores

Em casos mais graves, seus dados podem ser utilizados em esquemas de pirâmide, fraudes fiscais ou até crimes internacionais.

4. Golpes contra terceiros com seu nome

O criminoso pode utilizar sua identidade para aplicar golpes em outras pessoas — como “investidores” oferecendo oportunidades falsas — manchando sua reputação civil e jurídica.

O que fazer imediatamente? Ações técnicas e coordenadas

✅ 1. Registre um Boletim de Ocorrência

Preferencialmente em delegacia especializada em crimes cibernéticos (ou online, se disponível). Descreva detalhadamente:

  • O que foi enviado;

  • Por qual plataforma (WhatsApp, e-mail, site);

  • Os dados de quem solicitou (número, e-mail, perfil social).

Esse documento é essencial para se resguardar juridicamente e bloquear responsabilidades futuras.

✅ 2. Ative alertas e bloqueios de segurança

📌 Serasa e Boa Vista SPC:

  • Ative o “Alerta de Documento Roubado” gratuitamente.

  • Isso dificulta que empresas concedam crédito em seu nome.

📌 Registrato – Banco Central:

  • Acesse o sistema Registrato e verifique:

    • Contas bancárias e chaves Pix associadas ao seu CPF;

    • Operações de crédito em seu nome.

Se encontrar contas ou movimentações desconhecidas, registre imediatamente denúncia e informe no B.O.

✅ 3. Busque assessoria jurídica especializada

Um advogado pode:

  • Notificar extrajudicialmente instituições financeiras que tenham aberto contas em seu nome;

  • Solicitar bloqueio de operações suspeitas;

  • Ingressar com ações de responsabilidade civil caso seu nome seja negativado indevidamente ou você sofra danos morais;

  • Acompanhar procedimentos investigativos e de restituição.

Fundamento Legal Relevante

  • Art. 14 do Código de Defesa do Consumidor: Responsabilidade objetiva das empresas por falha na segurança dos dados;

  • Art. 927 do Código Civil: Indenização por ato ilícito;

  • Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD – Lei 13.709/18): Tratamento indevido de dados pessoais pode gerar sanções e reparações;

  • Art. 171, §2º-A do Código Penal: Estelionato eletrônico, com pena agravada se cometido por meio digital.

Conclusão: O silêncio é o maior erro após o golpe

Seus documentos já estão nas mãos erradas — mas sua reputação ainda pode ser preservada e seu patrimônio, protegido.

Não espere aparecerem cobranças ou envolvimentos inesperados em processos. Agir imediatamente é a única forma de neutralizar os efeitos do golpe.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Enviar uma selfie com o documento é suficiente para cometer fraude?
Sim. Com essa combinação, criminosos conseguem validar identidades em bancos, fintechs e aplicativos de crédito.

2. Posso processar instituições que abriram contas em meu nome?
Sim. Se houve falha na verificação da identidade, essas empresas podem ser responsabilizadas judicialmente.

3. Compartilhei meus dados, mas ainda não vi prejuízos. Devo agir?
Sim. Os golpes podem ser aplicados semanas ou meses depois. Prevenir é essencial.

📌 Precisa proteger sua identidade e agir contra o golpe?

Nosso escritório possui experiência comprovada em fraudes digitais, uso indevido de identidade e responsabilização de instituições que facilitam essas práticas.

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