Saiba como um quesito bem formulado na ação judicial pode reverter a negativa do INSS e garantir o Auxílio-Doença.
O indeferimento não é o fim da linha
Receber um “benefício indeferido” é frustrante. Mas o que muitos segurados não sabem é que essa decisão pode ser revertida na Justiça, especialmente com uma boa elaboração dos quesitos periciais. O laudo do perito judicial não é soberano: ele precisa ser construído com base em perguntas estratégicas e fundamentadas.
Neste artigo, você vai entender como usar os quesitos para direcionar a perícia, esclarecer a incapacidade e mudar o rumo do seu processo de Auxílio-Doença.
🔍 O que são quesitos periciais?
Quesitos são perguntas formuladas pelas partes (advogado ou juiz) que serão respondidas pelo perito durante a perícia judicial. O objetivo é esclarecer fatos relevantes para o processo, como a existência da incapacidade e sua relação com a atividade profissional.
“Não existe laudo ruim. Existe quesito mal feito.”
🤖 Como um bom quesito pode mudar o resultado do processo
Um quesito bem elaborado é aquele que:
- ✅ Força o perito a analisar as provas do processo
- ✅ Traduz a realidade do segurado em termos técnicos
- ✅ Limita a resposta do perito, impedindo interpretações genéricas
- ✅ Encadeia a lógica da incapacidade de forma irrefutável
Se você apenas aceita os quesitos padrão do juízo, está perdendo a chance de direcionar a conclusão pericial.
🔹 Exemplos de quesitos eficientes (e reais)
Caso real: Cozinheira com Síndrome do Túnel do Carpo
“Considerando que a autora exerce a função de cozinheira, atividade que exige movimentos repetitivos com as mãos, carregar panelas pesadas, e permanecer longos períodos em pé, é possível afirmar que tais atividades são incompatíveis com os sintomas relatados (dor, formigamento e fraqueza muscular)?”
Resultado: Laudo favorável e benefício concedido.
Caso real: Auxiliar de limpeza com lombalgia crônica
“A autora relata dor lombar constante e limitação para curvar-se, conforme laudo médico e exames de imagem. Suas atividades exigem constante movimentação e agachamento. A pericianda possui capacidade laboral para continuar exercendo essa função sem risco de agravamento do quadro?”
Resultado: Laudo reconheceu a incapacidade funcional.
🔒 Regras básicas para quesitos poderosos
✅ Simples e objetivos
- Use perguntas curtas e claras
- Evite termos técnicos em excesso
✅ Personalizados para o caso
- Baseie-se na atividade profissional do segurado
- Use as provas do processo (exames, laudos, declarações)
✅ Encadeados em lógica
- Conduza o raciocínio do perito: sintoma > função > limitação > incapacidade
✅ Perguntas fechadas
- Prefira perguntas com resposta “Sim ou Não”
- Evite deixar o perito “filosofar”
🤝 Checklist: antes de enviar seus quesitos
- Tudo isso ajuda a transformar dóvidas em provas.
❓ FAQ – Perguntas Frequentes
❔ O juiz pode ignorar meus quesitos?
Não. Todos os quesitos apresentados devem ser respondidos, conforme o Art. 473, IV do CPC.
❔ Posso apresentar novos quesitos depois da perícia?
Sim, mas apenas se forem quesitos de esclarecimento. O ideal é fazer tudo na fase correta.
❔ Preciso de um advogado para isso?
Fortemente recomendado. Quesitação estratégica exige conhecimento jurídico e técnico.
O detalhamento é o que gera resultado
Se você teve o Auxílio-Doença negado e vai judicializar o caso, lembre-se: a perícia judicial não é apenas uma avaliação médica. Ela é uma etapa estratégica do processo.
E os quesitos são sua principal arma para provar a incapacidade funcional. Não desperdice essa chance com perguntas genéricas ou mal formuladas.